domingo, 15 de agosto de 2010

NASCER


Ando como se abaixo de mim houvesse um precipício,e na falta de chão eu andava como em uma corda bamba.Suplício!se não a vejo como eu estou nela?sigo com temor, analisando o abismo sob meus pés.Meu corpo pende,a corda que pensei andar sobre,me suspende,me segura como se fizesse parte de mim.Sou como um astronauta em "slow motion",olho e entendo essa corda está presa em meu abdomen!mas a ignoro,e continuo num tipo de "natação"(agua em torno de mim)canssaço!vou tirar uma soneca.A corda começa à balançar,ouço vozes como em um turbilhão na àgua.Breu!,mas sei que a corda continua me prendendo,ela agüentou meu pêso,minhas investidas.Não lembro quando percebi que estava ligada à esta corda,mas sei que dependo dela para sobreviver.agora ela ondula na água,vem em minha direção e perto de mim e se aloja.Fecho os olhos,pressinto que haverá mudanças, puro instinto!estou sendo expelida e nem sei porque,já havia me habituado com a àgua,a corda,o pequeno espaço que cada dia diminuia,à ponto de não poder mexer-me.Mas agora sinto frio,sufóco,vozes,e...uma mão me bate,Chóro!(muito alto)a claridade fere meus olhos.Esse cheiro,essa voz,esse calor,eu conheço,eu ouví e sentí todo tempo que estive do lado de dentro.Sim!é a mesma vóz,e me tóca,me acaricía,fala suavemente,me recebe com amor.Não! não corte essa córda,queria poder falar,mas é tão gostoso esse toque,aceito assim como ela me aceitou,e me trouxe para essa vida.Este é meu nascimento,em um diferente estágio.primeiro dia fóra de minha mãe,mas junto dela.

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